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sábado, 18 de outubro de 2008

Bárbara!



"Corre menina, corre que vai se atrasar."

E lá saía ela, uma mochila nas costas os cabelos soltos, os anéis castanhos, quase revoltos, um cheiro de lavanda. Limpinha. Corria para o ônibus. Coisa mais sem poesia na vida é andar de ônibus, mas não para um rapaz que estava ali naquela hora. Barbara chega apressada e se joga ao seu lado. O decote displicente mostra o seio branco, franco, macio. Isso é poesia. O sorriso dela não percebe a alegria dele. Barbara desce antes e corre.

O coração do menino correu junto. Pena que não a alcançou.

*Texto-testículo de Lucas Canha, extraído de www.nageladeira.blogspot.com

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Contra o tempo
Corra!
Sem tempo para a desesperança.
Com o vento
Viagem sem rotas
Horizonte contínuo.
Com o tempo,
O vento
no sonho do homem desconhecido.



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Bárbara. Sempre gostara deste nome. Parecia forte, livre.
Forte mesmo era o seu primo, que a suspendia no ar, como se assim pudesse tocar o mundo das fadas.
Desde criança, era Bárbara a menina dos olhos da vizinhança... leve, com vestidos coloridos, cabelos despenteados de forma tão displicente. Passava horas no balanço, entretida pelas sombras desenhadas na areia, sem perceber que era observada por diversos ângulos.
Ficava ali, entretida em um reduto de fantasia e solidão, no mesmo vazio que a acometeria anos mais tarde... tomada por inteiro, pelo sol que queimava a carne e a alma de uma pequena pureza que deixara de pertencer a todos ao seu redor, escondidos em suas casas de areia...


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