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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A dança que nos cega



Em segundos me vi envolvida
numa atmosfera de meia-luz vermelha

tensamente morna
que incendiava meus sentidos
e recobria meus olhos marejados
com fina superfície doce.
Era o entorno.

Era ele, com olhos de ressaca
Enlouquecendo na pista
com o som,
com o giro no escuro
do mundo.
Foi assim, quando me pediu um beijo
nada além de um beijo
Sem pesar muito, o dei,
com a alma
condensada na boca.
Lábios, língua, olhos em transe.
Assim percebi no exato instante

em que meus pés ficaram
sem um ponto de apoio

que o mesmo abismo que me conduzia
à queda-livre
também me emocionava e
trazia sublimação

Trazia um ritmo descompensado
a minha dança
em uma noite sem fim.
Nada mais do que uma outra noite
em que o amanhã se funde com a chuva,
com o sol disfarçado
com as notas no asfalto

com a flor que resiste ao medo

e à falta de contato.

3 comentários:

Anônimo disse...

nada como estar cega...
cega pq a luz ofusca !
o amanhã?
haahahahahhaha
que se dane o amanhã !!!

Lininha* disse...

uau, lulu! é exatamente isso!!
seja bem-vinda..!

Anônimo disse...

Espero que tenha mais muitas noites sem fins e que seus amanhãs não sejam vazios...