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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Revés da insônia amorosa





Hoje tentei outra comunicação com o mundo: decidi fazer parte dele. Saí do entorno e rompi alguns limites. Recortei algumas fronteiras entre a névoa que se formava. Vi cores e seres de entidades duvidosas, divinos em tamanha imperfeição. Nunca vi tamanha beleza, em caricaturas e máscaras de porcelana inquebrável.


Tornei minha estrada permeável e tortuosa para que pudesse estar em qualquer lugar, para poder encostar um dedinho que fosse no caminho que levaria ao amor, ao som de flautas e clarinetes mágicos...Mas existe mesmo o caminho do amor? O andar transformado em passo flutuante, olhos de luzes? O amor existiria? Transformaria a angústia, tantas dúvidas?


O amor parece-me algo sobrehumano, sobrenatural; sobreviver sobre todas as coisas! Ele existe!? Sim..! Edifica o que o mundo liquidifica. Traz poesia e melodia à barbárie... traz aquele desejo secreto de criança que desperta em meio ao campo em uma tarde de verão... Traz a noite estrelada quando fecho os olhos e nem preciso dormir...


Meu peito arde em uma chama que embala minha aflição feminina. Contorço-me para ver se espremo meu caminho para o canto e assim, te descubro em alguma pista perdida no espaço. Meu peito deseja, minha mente sente, meu coração transporta todo meu corpo para terras inabitáveis. Minha imaginação de algodão doce sublima a tela refeita. Meus dedos aquareláveis tentam chegar ao teu traço e uma paisagem nova se cria com cada sentido reformulado...


Obra inacabada, meu maior desejo! Que para sempre acredite, mesmo que mudem os planos e as diretrizes... Que sinta-me tão livre no amor que possamos ser um só vôo, em qualquer estação... Que te sinta tão morno que adormecidos sonambulemos o segredo da vida.


Balões de êxtase profundo carregam minhas lágrimas para frutificar o solo árido, sem amor. E que ali, renasçamos a cada dia... com a flor selvagem da descoberta de nossas almas nuas e luminescentes... Almas de puro amor liquefeito.


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Escrito nesta madrugada, 11 de agosto de 2008. Um brinde à insônia e à agitação do que está guardado aqui dentro...

Trilha sonora: Paul McCartney

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Todos os últimos post uma referência à artistas cubanos.


Imagem: Lourdes Betancourt

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