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domingo, 10 de agosto de 2008

Quase memória




E agora?
Abri os olhos... é chegada a hora de acordar. No entanto, como acordar se eu sou uma insone convicta..? Teus olhos estão dentro dos meus, estão nos meus sentidos. Sinto a tua respiração e me sinto absorvida por cada poro. Como te sinto, assim, frente a minha liquidez? Seus olhos me devoram, e me tocam o inconsciente. O que vejo em minha frente é água... A água salina de um mar de pétalas brancas...
Eu quase toco seus lábios... Não sou alta o suficiente para te atingir, arco-e-flecha-coração... O vento nos ronda, atento. A minha fragilidade arromba paulatinamente a sua fortaleza imaginária.
Dissolvo-me em completo líquor para ser sua bebida vital. E não sei mais o que é meu ou seu, nem quando...
Aonde estão meus olhos, se apenas os sinto doces..? Estamos perdidos em um único encontro. O invisível nos carrega para um território neutro e distante de tudo. Ali, flutuemos em um novo desejo...
O que desejo..? Um SONHO.


Imagem: Orestes Gauliac

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