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sexta-feira, 8 de junho de 2007

Tira as mãos de mim!


A vontade de correr era muita. Rápida e sorrateira entre arbustos. Algo me fazia agonizar. Era a idéia martelando em minha cabeça. Aquelas mãos, os movimentos, o existir... faltava algo. Algo que eu saberia o quão distante de mim estivera. Porque buscar sempre a poesia? A busca por ser poesia ininterruptamente. Não apenas pedaços, a fragmentação da carne.

Eu queria ser cores, divertidas e autônomas. Mas você era de um branco agonizante... claro e luminoso aos meus olhos e sorriso. Você era a visão mágica da fusão que eu desejava. E acabamos num negro absoluto. Apenas uma chance de passagem secreta para nosso mundinho perdido, que ambos preferem guardar para depois... e a certeza de que as buscas continuam...

A tristeza sempre no canto do olhar. Apesar de toda alegria e desprendimento, você sabia para onde meu olhar me levava. Os descaminhos... eu podia ser Bárbara ou Ana de Amsterdã, sua natureza discretamente transgressora aceitava. Descobri muito tempo depois que você me deixava mais íntima de mim. E ainda escovava os meus cabelos com a doçura de um irmão.

E por que de tudo isso? Eu sabia o preço dos meus jogos... e ainda assim, me lançava, trapaças... Perdi um pouco da sua luz, hoje, especialmente hoje. Por minha causa. Meu instinto. E tenho visto que as borboletas continuam em sua diversificada dança, enquanto nossas estrelas estão cada vez mais distantes...
P.S.: Música "É minha!" - Marco Antônio Guimarães (Lavoura Arcaica)

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu Deus!
Como você não me falou do blog antes?
Q profundo... que criatividade e poesia que aflora de seus dedos para o mundo virtual!
Linod, linda, perfeitos (ambos, obra e criador).
Quanto ao ultimo texto... tive uma impressão... será que você tem novidades para me contar?
Beijos menina mulher! Du Cabrera

Anônimo disse...

Será, será... Dú!?
Sempre novidades...
Beijão,