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sábado, 23 de agosto de 2008

A passagem






Vale de luz e sombras
de discreta insanidade
Paisagem entrecortada por raios cósmicos
Desmontando a cena
Recriando a forma recôndita
por trás do olhar

Um vale de gigantes
asteróides
No tempo inexato das palavras
presentes na mente de quem sonha

Que desejo o sonho brinca que esconde?
Que sentido existiria para o vôo
em um vale com tão belas flores?

Teletransportada sideralmente
Inequivocadamente entre o sol e a lua
Para sentir o salto cego
Do ancião do espaço

O vale do fruto proibido
com passagem solitária pelo arco-íris
A iluminar a retina
Do cego que salta.



***





Foi quando as mãos atingiram
A porção delicada do que estava fora
do lado de dentro
A fração sonora dos passos
No caminho irreversível
Em um instante lapso
de intimidade e vibração
O movimento em direção
ao segundo seguinte

O espelho da alma
O lago no meio do vale
de cores e crenças
conceitos e cristais
Representação simbólica
da profundidade da passagem
contínua e pontilhada
Conta-gotas da visão.





Trilha sonora: Valley of the Queen (Ayreon)

Um comentário:

Anônimo disse...
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