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segunda-feira, 9 de junho de 2008

Abstração do sentir



































De volta ao mundo as abstrações
Ouvir o som das folhas secas

do seu movimento não pré-meditado

Sentir o sol por frestas da vegetação, sombras a brincar

que mudam com a intensidade da minha alma

Cada passo se torna poesia

assim como o buraco negro de seus olhos...

que me convidam a uma viagem desconhecida

que cegam e me revelam ao mesmo tempo

o mundo imaginário dos sonhos.
Não, eu não quero acordar agora.

Quero ficar assim, em transe

com os olhos fechados, braços abertos,

deitada sobre as flores da nova primavera.

Em transe, por um instante ou segundo que seja

a expressão do infinito
a dimensão deste momento de incomum delicadeza.
Onde o mundo por inteiro envolve, consome, se dissolve

no ser, amor, no pretérito imperfeito de todas as coisas.



Imagem: Inês Gato II

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